segunda-feira, 2 de março de 2015

CAPITAL E TRABALHO SE UNEM CONTRA PACOTE DE LEVY

Capitaneado pelo presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, o combate ao pacote de ajuste fiscal do governo, coordenado pelo ministro Joaquim Levy, está reunindo forças historicamente antagônicas no Brasil: o Capital e o Trabalho; Skaf não aceita ajuste fiscal com aumento de impostos e defende corte maior de despesas no governo; objetivo é reunir numa mesma frente Fiesp, Central Única dos Trabalhadores, Força Sindical e outras gigantes do sindicalismo para pressionar o Congresso a não aprovar as medidas que garantem a meta de superávit primário de R$ 66,3 bilhões para este ano; nesta segunda-feira, 2, cerca de 600 sindicalistas protestam no centro de São Paulo contra a mudanças nas regras trabalhistas; sem apoio do próprio partido, de empresários e trabalhadores, presidente Dilma terá força para reequilibrar as contas do governo?




247 - A série de medidas que compõem o pacote de ajuste fiscal do governo, coordenada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está provocando uma união de forças inusitada no Brasil: o trabalho e o capital.

Tanto representantes das indústrias e quanto a classe trabalhadora já demonstraram publicamente condenação à tentativa do governo de equilibrar as contas públicas à base de aumento da carga tributária e de redução em direitos trabalhista e previdenciários.

Pelo lado do empresariado, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) já começou a preparar uma frente de combate à MP que revoga a desoneração da folha de pagamento das empresas e eleva em 150% as alíquotas da contribuição previdenciária cobrada sobre o faturamento.

A iniciativa de se unir às centrais sindicais na cruzada contra o pacote de Levy teria partido do próprio presidente da Fiesp, Paulo Skaf. O objetivo é reunir na mesma frente Fiesp, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical e outras gigantes do sindicalismo para pressionar o Congresso a não aprovar os ajustes para garantir a meta de superávit primário de R$ 66,3 bilhões para este ano.

"A Fiesp vai fazer tudo contra a MP. Ela está articulando uma ampla frente de combate às medidas que aumentam os impostos" disse um interlocutor das indústrias de São Paulo à jornalista Marta Beck, do Globo.

Centrais protestam em São Paulo

Pelo lado das centrais sindicais os protesto já começaram. Nesta segunda-feira, 2, cerca de 600 sindicalistas fecharam a rua Martins Fontes, no centro de São Paulo. Eles pedem a revogação das medidas provisórias MPs 664 e 665, que alteram as regras do benefício, abono salarial, seguro defeso, pensão por morte, auxílio-doença e auxílio-reclusão.

O protesto começou em frente do prédio da superitendência do Ministério doTrabalho, no Centro de São Paulo. "Essa medida vai impedir a maioria dos trabalhadores de conseguir o seguro-desemprego ", disse Sérgio Nobre, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

"Essas medidas provisórias precisam ser revogadas e vamos lutar por isso. São 8 milhões de trabalhadores prejudicados", disse Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

Na defesa das medidas, o governo pretende argumentar que o ajuste fiscal é uma conta que está sendo dividida por toda a sociedade e exigirá sacrifícios de todos: governo, empresários e trabalhadores.

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